Perco-me quando escrevo...
Me perderia de qualquer forma.
Afinal, tudo é perda...
E calar é muito mais...
Escrevo porque preciso.
Escrever é como droga.
Vício do qual não me abstenho,
e no qual vivo.
É como veneno necessário.
Se compõe de fragmentos do sentimento.
Nos recantos dos sonhos é colhido.
Das margens bucólicas dos rios da alma.
Essas águas deixo escorrer por meus dedos.
Não quero o silêncio...
Por isso...
Que meu coração jamais se cale.
E o que eu não ouso dizer...
Isso ele fale.
E que o faça claramente.
Nunca com ambigüidade...
E sejam suas palavras, como rio
Que incógnito nasceu,
Cuja maré alta transforma em foz.
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